Sabe aquele lugar que você sonha em conhecer, vai com altas expectativas e quando chega lá ainda se surpreende? Assim foi a Chapada diamantina para mim.
Foram dois dias de carro do Rio Grande do Norte até a Bahia e a primeira cidade que visitamos foi Mucugê.
Sabe aquela cidade cenário de novela, que parece que parou no tempo, com ruas de pedra, casinhas coloridas, casarões que chamam a atenção, cidade pequena que você chega e se transporta no tempo imediatamente? Assim é Mucugê, na Chapada Diamantina.
Cheguei lá no fim de tarde e fui pega por um frio de 19 graus que eu, como boa nordestina que sou, não estava preparada.
Nesse primeiro dia fomos jantar e, como era uma cidade pequena, a regra era assim "vamos procurar um lugar para comer" e entramos no primeiro restaurante que vimos aberto! E que surpresa boa! A melhor pizza que já comi, ambiente lindo, vários lugares para fotos instagramáveis, ótimo atendimento! Esse foi o Point da Chapada.
1º dia: Cachoeira do Buracão
O terceiro dia de viagem e o primeiro dia conhecendo a chapada diamantina, foi o passeio que mais me surpreendeu. Se aquele fosse o único e depois voltássemos para casa dali, eu já estaria feliz. É sério!
E essa foi a Cachoeira do Buracão.
Distante quase 2h de carro de Mucugê, começamos o passeio por volta das 9h da manhã com uma trilha leve, caminho quase todo reto e ainda fomos agraciados com o clima nublado quase todo o percurso.
Os guias foram nos mostrando as vegetações, algumas pequenas cachoeiras, a curiosidade da planta Catinga de porco, que deixa um mal cheiro no caminho em alguns momentos, o encontro de biomas. Achei as flores, as plantas e o clima bem diferente do que estou acostumada aqui no Rio Grande do Norte.
Aí o passeio começou a ficar interessante. Começamos a descer, passamos pela cachoeira Cachoeira das Orquídeas, que na verdade a água passava por debaixo da terra, mas o terreno cedeu e formou uma linda paisagem.
Passamos também pela escada de santos Dumont, que é uma escada feita para grandes inclinações e com recuo na parte que não vai ser usada e é feita para que você consiga descer com mais segurança ao ver o degrau debaixo. E aí, chegamos ao final da trilha.
Até aí, nenhuma novidade. Tira as botas, calça e blusa, fica só de biquíni, coloca o colete salva-vidas e entra na água mais gelada que você puder imaginar. Dica: Se prepare para o frio mas saiba que vai valer muito a pena o caminho até o final. Continue aqui comigo.
Depois de entrar na água gelada com a cara e a coragem, é aí que o passeio fica interessante! A gente vai nadar através dos cânions.
A partir daí eu não conseguia pensar em muita coisa. Na verdade, eu nem conseguia acreditar que estava ali. Eu só curti o nado leve através das águas, olhava pra cima, para a imponência dos cânions, para o céu azul lá em cima, ouvia o barulho da cachoeira que eu me aproximava e só desejava que aquela sensação não acabasse nunca mais.
Mas aí, a vida me surpreendeu novamente!
O guia @napio.guiachapada pediu pra sair da água e subir para as pedras para terminar o caminho. Eu estava com frio, com medo de escorregar e apenas segui em frente por alguns poucos passos.
Quando eu me virei, adivinha o que encontrei? A cachoeira mais incrível da minha vida! A cachoeira do Buracão! O meu coração dispara só de lembrar a sensação ao vê-la, a surpresa boa, o sentimento de olhar para cima e ver aquela queda de 90m de água. Por um momento eu não consegui fazer nada, a não ser admirar tudo aquilo.
Mas, é lógico que eu não poderia apenas ficar ali observando. É lógico que eu pulei para a água gelada novamente e fui nadando ao encontro dessa maravilha! Pensei logo: "Como assim eu nunca vim aqui antes? Como assim eu não venho passar as férias aqui todos os anos???"
Nem liguei para a água gelada, fui nadando até a cachoeira. Nadava. olhava pra cima e agradecia por estar ali, nadava, olhava pra cima e agradecia.
Ao chegar nela, o barulho é intenso, mal dá pra ouvir quem está ao seu lado. A potência da água é tão grande que eu não conseguia ficar olhando de frente, ficava pegando nas pedras e com o rosto virado.
Quase não consegui subir também, escorreguei duas vezes e o guia me ajudou a chegar nas pedras e a caminhar por detrás da cachoeira. Que linda! Que imponência da natureza, que potência! Que experiência única e incrível que nunca mais sairá da minha cabeça nem dos meus relatos.
Ter o prazer de poder ver a cachoeira por trás, sentada entre as pedras e a queda d'água, ouvir apenas o barulho da água, dar um salto ali no meio da cachoeira, e depois nadar de volta para os cânions com o coração apertadinho desejando que aquela experiência não acabasse.
Foi assim que eu conheci a Cachoeira do Buracão, na Chapada Diamantina.
Passeio realizado com a @ebaembuscadeaventura
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